domingo, 3 de janeiro de 2010

Arraste-me para o Inferno (Drag me to Hell)


Arraste-me para o Inferno (Drag me to Hell)
EUA/ 2009/ 99 min
Roteiro: Sam Raimi, Ivan Raimi
Direção: Sam Raimi
Elenco: Alison Lohman, Justin Long, Lorna Rover, Dileep Rao, David Paymer, Reggie Lee, Adriana Barraza

Depois de quase dez anos à frente da franquia Homem-Aranha e de um terceiro título vergonhoso com direito a um Peter Parker emo, Sam Raimi volta às origens, o terror. Gênero que o lançou há mais de 20 anos com A Morte do Demônio (Evil Dead/ 1982) e o retorno vem em grande estilo.
Arraste-me para o Inferno conta a história de Christine Brown (Alison Lohman), uma agente de crédito bancário que anseia por uma promoção. Quando encara a senhora Ganush (Lorna Ravner), uma cigana sombria, tem a oportunidade de decidir sobre a extensão financeira da casa de Ganush. Se liberar, ajuda a senhora, mas perde espaço na empresa. E se mantiver o pulso firme e negar a extensão pode se destacar e a tal promoção torna-se mais palpável. Escolhe a segunda opção, mas além do destaque, Christine é amaldiçoada pela cigana.
O filme segue um tom trash/cômico mas, ao contrário dos filmes mais antigos de Raimi, e isso pode chatear os mais saudosistas, dessa vez há mais efeitos e, apesar do acabamento “mal cuidado” digno do estilo é perceptível aqui um maior investimento, além de um trabalho maior em relação a estética. Mesmo funciona muito bem. O tom trash permeia todo o longa com direito a gosmas nojentas, cenas bizarras, nonsense (como na cena em que uma pessoa possuída começa a dançar) e gritaria que mantém o tom.
O enredo é comum e simples até demais. O longa não apresenta surpresas e alguns personagens não são bem desenvolvidos, em especial o noivo-zero à esquerda da protagonista que não possui um motivo real para participar da ação.
Mas Raimi não perdeu a mão. Conduz tudo lindamente provando que o vigor do começo da carreira se mantém intacto. O espectador é presenteado aqui com um ótimo ritmo de narrativa, músicas que dão o tom, suspense trabalhado com elementos sonoros simples, mas eletrizantes como o som vento, o arrastar de portões de ferro e o barulho das folhas. Um clássico moderno.
Simples e divertido. Poderia ser até um exercício para o diretor se testar e provar que ainda consegue fazer esse tipo de coisa e, quer saber? Tomara que ele se teste mais e mais. Porque um filme divertido, engraçado e ocasionalmente assustador é sempre bom de ver. Quer dizer, foi quase uma década dirigindo Homem Aranha, que o tornou em um homem rico e poderoso, de fato, mas manter-se ligado apenas à filmes como esse acaba podando um pouco a criatividade de um artista. Não que eu não goste do aracnídeo. Pelo contrário (com exceção do péssimo terceiro filme), gosto muito e irei conferir o quarto muito feliz. Mas é muito bom ver que Raimi ainda pode se exercitar e fazer coisas diferentes, lembrar os velhos tempos.
Vale ressaltar um ponto interessante: a protagonista é uma ex-gordinha e o que não faltam são cenas de analogia e terror envolvendo bocas, engolir, beijos nojemtos, e gosmas.

Bem-vindo de volta Raimi!

Agora? Emiliana Torrini.

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Para começar/Garfield


Assim como em 2009, comecei o ano com um livro de tirinhas, só que dessa vez não se trata do Calvin, mas sim do Garfield. O livro em questão é o oitavo volume da série de bolso publicada pela L & PM Pocket, Garfield e Seus Amigos (Jim Davis).
Uma ótima maneira de começar 2010. Acompanhada do bom humor e do sarcasmo do famoso gato gordo, laranja e irônico.
Continuo lendo Conversas com Woody Allen (Eric Lax), mas esse leva mais tempo devido a dificuldade de carregá-lo para todo lugar (muito grande e pesado).
Fica então a vontade de ler o restante da coleção do Garfield...

Hoje no cinema? Lula, o filho do Brasil.

Agora? Vanessa da Mata.





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500 Dias com ela

500 Dias com Ela ((500) Days of Summer)
EUA/ 2009/ 95 min
Direção: Marc Webb
Roteiro: Scott Neustadter, Michael H. Weber
Elenco: Joseph Gordon-Levitt, Zooey Deschanel, Geoffrey Arend, Matthew Gray Gubler

Uma comédia romântica não muito romântica, digamos assim. Sabe a premissa universal ‘garoto conhece garota’ na qual se baseia esse tipo de história? Então, aqui não é nada diferente. 500 Dias com ela é isso: garoto conhece garota, mas dessa vez o enredo não é dos mais felizes. Não se preocupem isso é dito logo na abertura do filme que, diga-se de passagem, inicia a projeção com o lettering: “O filme a seguir é uma história de ficção. Qualquer semelhança com pessoas vivas ou mortas é mera coincidência. Especialmente você Jenny Beckman. Vaca". Que não poderia ser mais adequado uma vez que dá o tom do filme: um romance moderno e um tanto cínico.
A história é simples: Tom (Joseph Gordon-Levitt de 10 Coisas que eu odeio em você) é um escritor de cartões comemorativos que passou a vida esperando pelo seu grande amor e cultivou essa espera com cultura pop que o formou durante a sua vida. Já a Summer do título original (Zooey Deschanel de O Fim dos Tempos) é uma garota independente e original que há muito não acredita no amor.
O garoto conhece a garota e uma relação nasce. O desenrolar disso dá forma aos 95 minutos correspondentes aos 16 meses de vida em comum deles. O interessante é que a premissa “batida” se torna um filme bastante original que consegue transformar uma história já conhecida, aliás tão bem conhecida pelo público, não é? Seja na ficção ou na vida real. 500 dias com ela é um sopro de ar fresco de um gênero tão visitado.
Aqui tudo funciona. Os atores têm uma química ótima, a trilha sonora é maravilhosa, os figurinos deslumbrantes, a direção de arte uma graça e a fotografia também é muito boa. O filme é construído de maneira dinâmica com muitos cortes e a história do casal é apresentada de maneira não-linear. Pulando de momentos felizes para os tristes até, paulatinamente, compor todo o cenário e apresentar ao espectador os diferentes aspectos dessa relação através do olhar de Tom. Além disso, o tom de romance amargurado e realista é verdadeiro e consegue dosar bem o humor, a ‘amor romântico’ e a ironia de que esse tal amor talvez seja mesmo um conto de fadas massificado pelos filmes, livros e músicas.
Um filme animador e delicado. Engraçado e realista, mas com uma pitada de magia. Definitivamente uma boa pedida.

Agora? A trilha sonora de 500 dias com ela.

Fica a dica: para quem não sabe ou sabe, mas ainda não conferiu, Zooey Deschanel além de atriz também é cantora e inclusive dá uma palhinha bem legal nesse filme. Zooey é a vocalista da banda She and Him. Bem legal com um tom retrô e uma voz doce.
Para conferir: http://www.youtube.com/watch?v=FkzRyHa9a6g

Bom, só tenha cuidado para não se apaixonar. Ou se jogue mesmo assim;)

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